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Deputado Pastor Sargento Isidório

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

UM TIRO NO PÉ...


Caros colegas, chegamos a esta eleição numa situação para lá de difícil. Após 12 dias de greve, quando nossos companheiros sofreram profundamente, os Policiais de Salvador vão às urnas ainda marcados pela dor de quem está desapontado.
Não há como negar: as demoras em dialogar e em ceder na negociação deixaram feridas que ainda não cicatrizaram. O governo, no qual depositamos esperanças, errou feio. Mas, após o leite derramado (a greve), cedeu, atendendo nossas reivindicações ainda que parceladamente, ao menos tirando do papel promessas de garantias antigas.
Reconheço que não fomos tratados como queríamos. Mas será que a saída é mesmo essa que alguns dos nossos insistem em apresentar? A “resposta nas urnas ao PT” é o caminho? São eles, o governo e o PT, os nossos únicos inimigos? Convidamos os companheiros (as) para esta importante reflexão.
Para nós, parte da resposta nas urnas foi dada com a eleição da maior quantidade de vereadores ligados a polícia na história do País! Respondemos nas urnas elegendo o Soldado Prisco (4º mais votado em Salvador), e outros. Já foi uma grande vitória.
Está claro que a nossa causa é única e nacional. Não podemos servir de “bucha de canhão” para nenhum partido: PT, PMDB, PSDB ou DEM. Temos problemas em todos os estados, independentemente do partido que governa. Em Minas Gerais do PSDB, o governador Anastasia nos tratou com truculência. No Ceará e Rondônia não foi diferente.
Repito: não podemos servir de bucha de canhão! Quanto mais para aqueles que historicamente trataram nossa corporação também com desprezo. Lembram da greve de 2001, quantas expulsões e perseguições? Sem falar da greve de 1980, quando prenderam vários praças e oficiais, mataram um oficial superior, e colocaram outro na cadeira de rodas... Não foi o ACM Avô? Quando invadiram a Faculdade de Direito espancando e jogando bomba nos estudantes, por que será que ACM Neto não estava lá? Não é estranho? Tem muito lobo em pele de cordeiro.
Não esqueço que eu e o tenente Eberton iríamos ser assassinados em Brasília (após  entregar denúncias às autoridades federais de maus-tratos contra policiais baianos) se eu não estivesse reunido com policiais de outros estados quando fui pego sem ordem judicial. Mesmo assim, fui conduzido sem que minha família soubesse e jogado em um calabouço no matagal, às margens da BR do CIA, no 10º GBM. Lá, após alguns dias de tortura praticada pelo Carlismo, fui encontrado pelo então Capitão Paulo José e outros policiais que invadiram o local e me conduziram ao Hospital Jaar Andrade. Agonizando, fui levado diretamente para a UTI.
Após alta médica, já saí preso para o Corpo de Bombeiros enquanto minha esposa e filhos assistiam a tudo. De lá, e após ameaça de morte velada contra mim, feita pelo ACM Avô, no jornal de sua propriedade, fui levado à força para o Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, onde iriam aplicar drogas em mim, colocando-me também numa cadeira de rodas causando uma invalidez criminosa.
O delito não foi concretizado graças à corajosa ação da então depurada Moema Gramacho, deputado Eliel Santana, e coincidentemente o ilustre deputado Pelegrino, que chegaram ao local, mobilizados com a imprensa (destaque para o Jornal A Tarde, onde consta o documento do médico que atestou a minha sanidade, não permitindo tal atrocidade).
Em 2002, em outra greve, o Soldado Prisco e colegas quase foram assassinados no 8º BPM pelos métodos carlistas. Não foram mortos porque eu e os sindicalistas do PT articulamos a condução deles para outros estados. Esses fatos estão devidamente registrados na imprensa da época.
Eleição é momento de reafirmação da nossa luta, mas também dos interesses da nossa cidade, da nossa família, das nossas vidas.
A história não está a favor do DEM, nem de ACM Neto. È bom lembrar que a briosa PM baiana no passado servia a seu Avô e a sua família. Até a humilhante situação de vigiar um túmulo na Av. Paralela éramos submetidos. Não temos saudade do tempo em que a Casa Militar mandava no Comando-Geral!
Como policial militar, também tive minhas expectativas frustradas com o governo do PT. Mas a tese do “quanto pior, melhor” não interessa a nossa corporação. Apostar na volta do autoritarismo, da oligarquia, do “chicote numa mão e do dinheiro na outra” não trará benefícios a nossa classe.
Sou um homem ético, tenho lado. Nunca fiquei em cima do muro. Não irei pelo calor da emoção, ajudar a “matar” o governo que tem equívocos SIM, mas que ajudei a construir. Prefiro ficar no Governo em que posso democraticamente enfrentar e discordar ideologicamente até do governador, como já tenho feito, por isso conclamo a todos os policiais da Bahia a votar em Pelegrino, com quem estamos zangados mas cuja história de luta em defesa dos cidadãos já conhecemos.

  
Sargento PM Isidório.
Continuo dizendo, Deputado estou, PM sou!

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